Parque natural das Lagoas Glaciares de Neila
Lagoas Glaciares de Neila (Serra da Demanda) | |
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Categoria VI da IUCN (Área Protegida de Manejo de Recursos) | |
Localização | |
País | Espanha |
Comunidade | Castela e Leão |
Província | Burgos |
Dados | |
Área | 6,860 ha |
Criação | 26 de dezembro de 2008 |
Gestão | Junta de Castela e Leão |
As lagoas de Neila são um conjunto de lagos formados nuns circos glaciares rodeados de picos de uns 2000 metros de altura, ao sul da Serra da Demanda [es] e ao oeste do Parque natural da Lagoa Negra e os Circos Glaciares de Urbión [es], ao sudeste da província de Burgos (Espanha), próximas à localidade de Neila que conta com acesso a estas e também com acesso desde Quintanar de la Sierra.
Descrição
[editar | editar código-fonte]Espectacular rosário de lagoas de origem glaciar que se espalham aos pés da campina: Negra, Cascata, Tejera, Haedillo, Larga, Pardillas, Patos e Brava são as principais.
O Parque Natural foi declarado pela Lei 12/2008, de 9 de dezembro. Inclui não só as lagoas glaciares, mas também todo o termo municipal, de Neila, que apresenta uma grande variedade de ecossistemas.
Em 2009 inaugurou-se a Casa do Parque na Igreja de San Miguel, que foi reabilitada para isso.
Antecedentes
[editar | editar código-fonte]Até o final dos anos 60 do século XX, as Lagoas Altas de Neila era um espaço pouco transitado devido à seu inaccesibilidade. A zona era aproveitada pelos rebanhos de bovinos menor, trasumantes naquela época.
Entre 1969 e 1972 desenvolveu-se o projecto de transformação do complexo glaciar para o seu uso turístico e de pesca intensiva. Algumas consequências deste projecto foram a alteração de morrenas, desmontes, criação de diques e construção de caminhos num meio até então muito pouco transitado. Este trabalho, entendível dentro do contexto desenvolvedor da época e com sucesso em seus fins, teve um claro efeito negativo desde o ponto de vista ecológico.
Os materiais inadequados utilizados no revistimento dos diques foram fonte de problemas estruturais desde os primeiros anos. O risco verdadeiro de colapso de alguns diques, junto com a vontade de renaturalização de um lugar tão singular, traduziu-se na execução das obras realizadas entre 2001 e 2002. Restituem-se parcialmente os relevos característicos da modelagem glaciar, e elimina-se totalmente o dique da Lagoa Curta e se rebaixaram os da Lagoa Larga e a Lagoa da Cascata.
«... Caminho de Neila, apenas deixado Quintanar, nasce o caminho que serpentea até à Lagoa Negra de Urbión [es], impressionante concha de água, filha da neve dos pincaros superiores, a 1915 m, de altitude. É uma tentação para a pesca e a natação ... A paisagem é obviamente alpino, de montes arremolinados, vales ocultos e o pinhal vestindo o horizonte..»[1]
Lagoa da Cascata
[editar | editar código-fonte]É a a mais baixa cota, 1690 msnm, a sua origem há que procurar na erosão glaciar faz pouco mais de 10 000 anos quando as grandes massas de gelo cobriam quase todas as cimeiras do Sistema Ibérico deixaram a seu passo sobre as duras rochas jurássicas os conglomerados, arenitos e ortoquarcitas que formam a serra de Neila [es]. Ao lado da lagoa conserva-se um refúgio piramidal e um pouco mais abaixo um antigo parque de merendas. Na lagoa e seus arredores podem-se ver animais tão interessantes como o tritão palmado (Triturus helveticus), o tritão marmoreado (Triturus marmoratus), a truta ou o toupeira-da-água.
Lagoa Negra
[editar | editar código-fonte]Está situada na parte alta do espaço natural, em cima do circo da Lagoa da Cascata e ao lado da lagoa Larga, a uns 1900 msnm. Considera-se a lagoa mais importante do espaço natural conjuntamente com a lagoa da Cascata. Ao lado de tal lagoa conserva-se uma pequena casita de agentes florestais que controlavam a pesca.
Desporto
[editar | editar código-fonte]A Volta a Burgos é uma competição ciclista que se celebra todos os anos em meados de agosto e que costuma ter a ascensão às Lagoas de Neila como final da etapa mais decisiva da rodada burgalesa. Desde 1985 há uma etapa que termina aqui e em 2008 a organização da carreira tomou a decisão de acabar a Volta a Burgos aqui (com excepção do ano 2014). Desde aquela edição são as Lagoas de Neila, e seu porto de categoria especial com rampas de 17%,[2] quem acolhe a última etapa.
Nas lagoas de Neila também teve final a décima sexta etapa da Volta a Espanha de 1998 com vitória de José María Jiménez.
Vencedores na Volta a Burgos
[editar | editar código-fonte]- 1985: Jesús Rodríguez
- 1986: Alirio Chizabas
- 1987: Marino Lejarreta
- 1989: Pedro Muñoz
- 1990: Marino Lejarreta
- 1991: Gianni Bugno
- 1992: Martín Farfán
- 1993: Raúl Alcalá
- 1994: Armand de Las Cuevas
- 1995: Laurent Dufaux
- 1996: Tony Rominger
- 1997: Laurent Jalabert
- 1998: Leonardo Piepoli
- 1999: Leonardo Piepoli
- 2000: Leonardo Piepoli
- 2001: Juan Miguel Mercado
- 2002: Michael Rasmussen
- 2003: Dave Bruylandts
- 2004: Alejandro Valverde
- 2005: Juan Carlos Domínguez
- 2006: Iban Mayo
- 2007: Juan Mauricio Soler
- 2008: Juan José Cobo
- 2009: Ezequiel Mosquera
- 2010: Samuel Sánchez
- 2011: Mikel Landa
- 2012: Esteban Chaves
- 2013: Nairo Quintana
- 2014: Nairo Quintana
- 2015: Dani Moreno
- 2016: Sergio Pardilla
- 2017: Miguel Ángel López
- 2018: Iván Ramiro Sosa
- 2019: Iván Ramiro Sosa
- 2020: Iván Ramiro Sosa
- Nota: Não sempre se subiu pela mesma vertente já que há 3 subidas diferentes que compartilham os 3 últimos quilómetros, e uma quarta que compartilha o último quilómetro.
Vitórias por Países
[editar | editar código-fonte]País | Vitórias |
---|---|
Espanha | 14 |
Colômbia | 10 |
Itália | 4 |
França | 2 |
Suíça | 2 |
México | 1 |
Dinamarca | 1 |
Bélgica | 1 |
Referências
- ↑ Fray Valentín da Cruz, Burgos, Guia completa das Terras do Cid, Burgos 1979, página 243
- ↑ «Samuel se encumbra nas lagoas de Neila». El Mundo. 8 de agosto de 2010
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- TORTOSA, Paco e Vicent. "Cordillera Ibérica: el paraíso". Em: Bicisport, n.º 15, julho de 1990, pg. 64-67